DI CAVALCANTI – DA REVISTA FON-FON À SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 (PINTOR DAS MULATAS E DOS CARNAVAIS)

DI CAVALCANTI – DA REVISTA FON-FON À SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 (PINTOR DAS MULATAS E DOS CARNAVAIS)

Data:

(*) Por TJGuimarães

 

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti (1897-1976). Nasceu e morreu na cidade do Rio de Janeiro. Foi um dos principais pintores brasileiros do século XX. Sua vida e obra são marcadas por uma forte ligação com temas que abordam a vida urbana e a cidade de São Paulo, a cultura popular e o folclore brasileiro, a mulher e a feminilidade, paisagens, natureza, a política e a sociedade brasileira. Com tudo isso junto e misturado, ele procurou dar à sociedade brasileira uma identidade nacional.

Foi um pintor e desenhista brasileiro que teve uma vida multifacetada, envolvendo jornalismo, literatura, ilustração, gravura, desenho, escultura e poesia. Teve uma marcante participação na cena cultural brasileira. Foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922; participou de sua organização, fez os catálogos e programas do evento e também expôs doze pinturas de sua autoria. Foi um dos grandes expoentes do modernismo no Brasil.

Com um estilo único e inconfundível e com influências de Pablo Picasso, Georges Braque, Salvador Dalí, Henri Matisse trafegou junto aos movimentos Modernista, Expressionismo, Cubismo e Realismo e outros mais.

Em 1923, Di Cavalcanti viajou para a Europa, e por lá teve contatos com importantes pintores de sua época, como Pablo Picasso e Georges Braque.

O pintor brasileiro registrou que essa viagem à Europa teve grande impacto em sua carreira. Quando retornou ao Brasil, em 1926, havia sofrido forte influência do estilo cubista, uma das vanguardas europeias.

O trabalho de Di Cavalcanti, a partir daí, incorporou elementos das vanguardas, mas também passou a apostar em temas nacionais, abordando questões como o samba e a favela, por exemplo. Compôs ainda ilustrações para livros de escritores como Vinicius de Morais e Jorge Amado.

Di Cavalcanti influenciou gerações de artistas brasileiros e internacionais. Ele foi um dos fundadores do Grupo dos Cinco (Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Menotti Del Picchia e Mário de Andrade) que buscava renovar a arte brasileira. Foi também Representante do Brasil na Bienal de Veneza (1950) e artista oficial do governo brasileiro durante a Expo 58, em Bruxelas. Sua produção artística ajudou a valorizar a arte e a cultura brasileiras.

Di Cavalcanti recebeu muitos prêmios, incluindo: Prêmio de Pintura no Salão Nacional de Arte Moderna (1926); Prêmio de Arte no Festival de Arte de São Paulo (1951); Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de São Paulo (1967).

Algumas de suas obras mais famosas incluem: “Samba (1928)”; “A Mulher do Pão” (1925); “O Enterro do Sardinha” (1926); “Mangue (1929)”; “Cinco Moças de Guaratinguetá (1930)”; “Ciganos (1940)”; “Noturno na Gamboa (1963)”.

Para preservar a sua obra, foi criado em 1977 no Rio de Janeiro o Museu Di Cavalcanti, O museu abriga mais de 2.000 obras incluindo pinturas, desenhos e esculturas.

(*)) Historiador, Jornalista, Professor de História/Geografia/Filosofia/Sociologia

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