UM PINGO DE HISTÓRIA – REVOLUÇÃO CUBANA (TROCANDO SEIS POR MEIA-DÚZIA, OU COISA PIOR?)

UM PINGO DE HISTÓRIA – REVOLUÇÃO CUBANA (TROCANDO SEIS POR MEIA-DÚZIA, OU COISA PIOR?)

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(!) Por TJGuimarães

A Revolução Cubana foi um movimento guerrilheiro e também popular, que derrubou o governo do presidente Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959. Com o processo revolucionário, foi implantado em Cuba o sistema socialista, vinculando essa ilha caribenha, política e economicamente à União Soviética. O governo implantado foi liderado por Fidel Castro.

Cuba está localizada no Mar do Caribe. A ilha de Cuba é a principal, seguida da Ilha da Juventude e mais de 350 ilhotas fazem parte da república. Ao Norte, estão os Estados Unidos; ao sul, a Jamaica; a Leste, o México; e a Oeste, ilhas como Turco e Caicos. Cuba tem 15 províncias e um município especial, Isla de La Juventud. Sua capital é a cidade de Havana que está na província de La Habana. Tem em torno de 11 milhões de habitantes e a língua oficial de Cuba é o espanhol.

A Independência de Cuba foi obtida através de uma guerra entre Estados Unidos e Espanha. Em 1898, com a derrota espanhola, os Estados Unidos passam a exercer uma influência considerável na ilha. Para consolidá-la, o Senado americano aprova o projeto do senador Oliver Platt e obriga os cubanos a incorporarem à sua Constituição a “Emenda Platt”. Esta dava aos americanos o direito de intervir no país em caso de instabilidade política. Assim, houve o início à tutela político-econômica e militar norte-americana sobre Cuba. Esta incluía, em 1903, a concessão de um território de 117 km2 em Guantánamo, no sul da ilha. Posteriormente, seriam construídas uma base naval e uma prisão na região.

Na década de 1950, a economia cubana baseava-se quase exclusivamente na produção de açúcar e, 35% da fabricação eram controlados por capitais norte-americanos. Estes também exerciam influência sobre as terras, o turismo, os cassinos e as indústrias leves. Cerca de 80% das importações de Cuba provinham dos Estados Unidos.

Causas da Revolução – Em 1952, o presidente Fulgêncio Batista (1901-1973), um ex-sargento que havia governado a ilha anteriormente, assumiu o poder através de um golpe de Estado. Apoiado pelos norte-americanos, Batista instalou um regime corrupto e violento.

Em julho de 1953, sob a liderança do advogado Fidel Castro, os setores democráticos se uniram contra a influência dos Estados Unidos e do governo de Fulgêncio Batista. Com o intuito de derrotá-los, lançaram-se em um ataque suicida contra o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba. Vencida a ação revolucionária, Fidel Castro foi para a prisão, de onde sairia dois anos depois, se exilando no México.

Tomada do Poder em Havana – Do México, Fidel Castro, organizou um grupo de guerrilheiros, com o apoio de revolucionários como Ernesto “Che” Guevara, Camilo Cienfuegos, do seu irmão Raul Castro e muitos outros voluntários. Em 1956, desembarcaram em Cuba a bordo do iate Granma. Depois do primeiro combate, com as tropas do governo, os sobreviventes se embrenharam nas selvas de Sierra Mestra. Ali o grupo cresceu rapidamente, com o apoio de camponeses.

As ideias de Fidel Castro, até então, eram as de um democrata nacionalista de formação liberal. Somente mais tarde abraçaria o marxismo.

Em 1958, percebendo que a ditadura de Fulgêncio Batista estava para ruir, os Estados Unidos suspenderam seu apoio militar ao governo cubano. Eles preferiam manipular a liderança da revolução que estava crescendo. No dia 1º de janeiro de 1959, após sucessivas vitórias militares e a ocupação de várias cidades e povoados, Guevara e Camilo Cienfuegos (1932-1959) entram em Havana. Fulgêncio Batista foge de avião para a República Dominicana. Fidel chega à capital, no dia 8 de janeiro, sendo recebido com grande manifestação popular.

Invasão da Baía dos Porcos – Num discurso proferido em 16 abril de 1961, Fidel Castro anuncia ao mundo que Cuba passava a ser um país socialista. No dia seguinte, a ilha é invadida pelo Sul, mais precisamente na Baía dos Porcos, por exilados cubanos que haviam sido treinados pela CIA.

A ação tinha todo o apoio do recém-empossado presidente americano John F. Kennedy (1917-1963), mas não contava com o apoio direto do Exército americano. Derrotados pelos cubanos, a maioria dos invasores se rendeu e seria presa e/ou executada. Contudo, Castro fechou um acordo com empresas americanas e em troca de investimentos, parte deles pôde voltar aos Estados Unidos.

Consequências – Uma das primeiras medidas do governo revolucionário foi expropriar bens de cidadãos americanos e cubanos que deixaram a ilha por causa de Revolução. Em decorrência disso, os Estados Unidos respondem com o embargo econômico em 1960, proibindo o comércio do seu país com Cuba.

 

Além disso, certas medidas foram tomadas ao longo dos anos 60 como:

  • Em 1961, os Estados Unidos rompem relações diplomáticas com Cuba;
  • Em 1962, em plena Guerra Fria, Cuba é expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA), sob a acusação de disseminar a subversão pelo continente;
  • Em 1965, Fidel Castro funda o Partido Comunista Cubano (PCC);
  • Isolada, Cuba passa a receber ajuda financeira da URSS.

A Revolução Cubana, e sua virada ao socialismo, incendiaram o mundo na década de 60. Com o sucesso da revolução, a esquerda latino-americana passou a acreditar que também seria possível chegar ao poder em seus respectivos países.

Para os Estados Unidos, a ilha seria uma fonte de problemas e o mais grave seria a Crise dos Mísseis, em 1962. A fim de evitar que o exemplo revolucionário se propagasse, os Estados Unidos vão apoiar uma série de golpes militares no continente para preservar sua influência na América Latina.

Por sua parte, Che Guevara reorganiza o sistema econômico da ilha e, posteriormente, pedirá a Fidel Castro que o deixe continuar a espalhar os ideais revolucionários pelo mundo. Assim, Che Guevara se dirige à Bolívia onde é morto pelo exército boliviano em 1967.

Posteriormente, Cuba ajudaria países africanos como Angola, Cabo Verde, Guiné, Guiné-Bissau, Etiópia, Congo, Argélia e Benin a fazer a independência de suas nações.

 

(!) Historiador, Jornalista, Professor de História/Geografia/Sociologia/Filosofia

 

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