A invasão do terreno que receberia essas pessoas para ser reassentadas é a grande questão da vez.
O projeto de duplicação da BR-381 em Minas Gerais enfrenta um novo obstáculo que pode adiar o início das obras na rodovia mineira. O impasse envolve o reassentamento de aproximadamente 1.750 famílias que vivem às margens da BR, uma das etapas mais complexas do projeto.
Um dos principais entraves para a duplicação no trecho que é de responsabilidade do governo federal – entre Belo Horizonte, Sabará e Santa Luzia – são as desapropriações necessárias antes de se começar um novo traçado da “Rodovia da Morte”.
Em 2013, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) adquiriu um terreno no bairro Belmonte, próximo ao São Gabriel, na região nordeste da capital, com recursos da Caixa Econômica Federal. O local seria destinado à construção de moradias populares para as famílias afetadas pela obra. No entanto, a área acabou sendo ocupada irregularmente, impactando diretamente o andamento da duplicação.
Moradores expressam preocupação e descrença
O presidente da Associação de Desenvolvimento do Bairro São Gabriel, Gladistone Otoni, explica que o terreno no Belmonte, inicialmente destinado ao reassentamento dos moradores da Vila da Luz, foi cedido judicialmente a uma comunidade cigana, mas com o tempo acabou sendo ocupado de forma desordenada.
A área custou cerca de R$ 5 milhões aos cofres públicos, segundo informações apuradas pela reportagem. Agora, o município precisa apresentar um novo plano para resolver a situação.
A reportagem da Itatiaia ouviu moradores da Vila da Luz sobre a situação. João Pereira de Sousa, aposentado que vive no local há 25 anos, comentou: ”O local lá é até bom para morar. Ninguém olhou o terreno, aí a turma invadiu’’.
Já Angela Barbosa, que reside na comunidade há 16 anos, demonstrou descrença: ”Eu não tenho fé mais não, porque tem muitos anos que eu moro aqui’’. Quando questionada sobre o terreno no Belmonte ter sido ocupado ilegalmente, ela respondeu: ”A gente já mora em um lugar ilegal, vai para outro lugar ilegal’.
FONTE: ITATIAIA