Conheça o rio que percorre mais de 50 munícipios mineiros

O Rio das Velhas é um dos mais importantes cursos d’água de Minas Gerais. Com sua bacia hidrográfica repleta de história, cultura e influência no desenvolvimento da região central do estado, o rio desempenha um papel fundamental tanto no passado quanto no presente.

Desde as origens indígenas até os dias atuais, ele continua a ser um elemento essencial para os municípios ao longo de seu percurso.

Neste artigo, vamos explorar detalhadamente sua história, características geográficas, importância econômica, social e ambiental, além de sua relação com a conectividade digital oferecida pela Valenet, uma provedora de internet presente na região.

História do Rio das Velhas

A história da ocupação humana na bacia do Rio das Velhas remonta a cerca de 12 mil anos. Os primeiros habitantes usavam as grutas do Médio Rio das Velhas como abrigo, vivendo da caça e coleta.

No entanto, a maior descoberta arqueológica da região foi o fóssil humano mais antigo já encontrado nas Américas: Luzia. Essa mulher, de aproximadamente 20 anos e 1,50 m de altura, teve seu esqueleto desenterrado próximo ao rio, sendo um marco para os estudos antropológicos no Brasil e no mundo.

No período colonial, o Rio das Velhas foi um dos principais caminhos usados pelos bandeirantes para explorar o interior do território em busca de ouro. Cidades históricas como Sabará, Santa Luzia e Ouro Preto surgiram graças à navegação e ao transporte de riquezas ao longo do rio.

Além disso, pesquisas recentes indicam que exploradores vindos do Nordeste podem ter seguido o curso do Rio São Francisco até o Rio das Velhas, chegando ao Quadrilátero Ferrífero, onde descobriram grandes jazidas auríferas.

Características Geográficas e Hidrográficas

• Comprimento: 806,84 km
• Nascente: Ouro Preto, MG (Parque Municipal das Andorinhas)
• Altitude da nascente: 1.100 metros
• Foz: Barra do Guaicuí, em Várzea da Palma (confluência com o Rio São Francisco)
• Altitude da foz: 478 metros
• Área da Bacia: 27.857 km²

O Rio das Velhas nasce na Serra do Espinhaço, dentro da Área de Proteção Ambiental da Cachoeira das Andorinhas, em Ouro Preto. Seu curso segue a orientação sudeste-noroeste, atravessando diversos municípios e desaguando no Rio São Francisco, próximo a Barra do Guaicuí, no município de Várzea da Palma.

Principais Afluentes

A bacia do Rio das Velhas conta com diversos rios importantes, que contribuem para sua vazão e abastecem as cidades da região:

• Rio Cipó
• Rio Corrente
• Rio Pardo
• Rio Onça
• Rio Bicudo
• Rio Picão
• Rio Curimataí

Esses afluentes garantem a continuidade do fluxo hídrico e auxiliam na irrigação, abastecimento e na biodiversidade local.

Divisão fisiográfica da Bacia do Rio das Velhas

A bacia hidrográfica do Rio das Velhas está subdividida em quatro grandes regiões:

1. Alto Rio das Velhas

Abrange municípios do Quadrilátero Ferrífero, uma região rica em minérios e historicamente importante para a mineração em Minas Gerais. Cidades como Belo Horizonte, Itabirito, Nova Lima, Raposos e Rio Acima estão 100% inseridas nessa região, enquanto outras, como Caeté, Contagem, Ouro Preto, Sabará e Santa Luzia, possuem parte de seu território dentro da bacia.

2. Médio Alto Rio das Velhas

Inclui municípios que estão inseridos integralmente ou parcialmente na bacia, como Capim Branco, Confins, Lagoa Santa, Nova União, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves e Vespasiano. Essa região tem forte influência da Região Metropolitana de Belo Horizonte e é um importante centro populacional e econômico.

3. Médio Baixo Rio das Velhas

Possui municípios como Araçaí, Cordisburgo, Gouveia, Inimutaba e Santana do Riacho. Também inclui partes de cidades como Curvelo, Jaboticatubas, Jequitibá e Diamantina. Nessa região, a economia é baseada na agropecuária e na extração mineral.

4. Baixo Rio das Velhas

Abrange municípios como Corinto, Lassance, Pirapora e Várzea da Palma, onde o Rio das Velhas deságua no São Francisco. A navegação fluvial já teve grande importância econômica nessa área.

A importância histórica e econômica do Rio das Velhas

O Rio das Velhas foi essencial no ciclo do ouro e na ocupação da região central de Minas Gerais. No século XVIII, serviu como uma das principais rotas de transporte para a Capitania das Minas Gerais. Hoje, sua importância econômica está ligada ao abastecimento de água, agricultura, indústria e geração de energia.

Além disso, a ponte sobre o Rio das Velhas, em Várzea da Palma, é um marco da engenharia brasileira. Construída com cimento importado da Inglaterra, teve suas obras iniciadas em 1925 e concluídas em 1928. Até hoje, representa um importante ponto de conexão viária na região.

A Origem do Nome

O nome “Rio das Velhas” tem origem na língua indígena. Segundo o escritor Aníbal Machado, os povos nativos o chamavam de Uaimií (Waimi’y), enquanto os bandeirantes o conheciam como Guaicuí.

O nome atual tem raiz na língua tupinambá, onde “gwaimi” significa “velho” e “-i/-y” representa “rio, água”. Certamente, o Rio das Velhas tem um papel crucial para a região central de Minas Gerais:

• Fornecimento de água: Abastece milhões de pessoas, especialmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte;
• Atividade econômica: Utilizado para agricultura, pecuária e abastecimento industrial;
• Turismo e cultura: Atrai visitantes para atividades de lazer, como trilhas, pesca e turismo histórico;
• Biodiversidade: Abriga diversas espécies de peixes, aves e mamíferos.

Problemas Ambientais e Conservação

Apesar de sua importância, o Rio das Velhas enfrenta desafios ambientais:

• Poluição hídrica: Despejo de esgoto e resíduos industriais;
• Desmatamento: Afeta a qualidade da água e o equilíbrio do ecossistema;
• Assoreamento: O acúmulo de sedimentos prejudica o fluxo do rio.

Projetos de revitalização, como os conduzidos pelo Projeto Manuelzão, buscam recuperar a qualidade da água e promover ações sustentáveis na região.