Representantes da Usiminas e do Sindicato dos Metalúrgicos participaram, nesta quarta-feira (12), de audiência no âmbito do dissídio coletivo da categoria. Sem acordo entre patrões e empregados desde a data base da categoria em novembro de 2024, a negociação foi parar no Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG).
Conforme aponta a ata da audiência do dissídio coletivo, enviada pela Secretaria de Comunicação do TRT ao Diário do Aço, as empresas Usiminas, Usirrol e Unigal, por sua procuradora, afirmaram que ainda não alcançaram o consenso para a celebração do Acordo Coletivo do Trabalho. Mas, como um último esforço, se dispuseram a melhorar a sua proposta. A audiência de conciliação ocorreu na tarde de quarta-feira por videoconferência e contou com a participação do desembargador instrutor, Sebastião Geraldo de Oliveira, e do representante do Ministério Público do Trabalho, Dennis Borges Santana.
Entenda a nova proposta
As melhorias se deram nos seguintes termos: reajuste salarial de 5,20% (abrangendo INPC + aumento real), retroativo a 1º de novembro de 2024, sobre a remuneração (salário mais vantagem pessoal), a ser pago em fevereiro de 2025 ou em até sete dias úteis após a assinatura do acordo. Para os empregados com remuneração (salário mais vantagem pessoal) superior à R$ 11.500, o reajuste será linear, em valor fixo.
O piso salarial passa a R$ 2.169,20, retroativo a 1º/11/24, com pagamento em até sete dias úteis após a assinatura do acordo; pagamento do vale-alimentação até o dia 21 de cada mês, no valor de R$ 600, para os empregados ativos, sendo que a implementação será feita a partir de março de 2025, retroativo a 1º de novembro do ano que passou; e carga extra no cartão-alimentação no valor de R$ 600 para empregados ativos, com pagamento de uma única vez, até sete dias após a assinatura do acordo.
Além disso, é mantida a concessão das férias pelo critério até então adotado, ou seja, sem divisão em três períodos e manutenção dos demais benefícios do acordo anterior. Mais informações constam, mais abaixo, em um comunicado divulgado pela empresa no começo da noite.
“Diante da nova proposta, o Sindipa se comprometeu, a pedido desta 1ª vice-presidência, a levar a matéria novamente à Assembleia Geral dos Metalúrgicos, a ser realizada até o dia 19 de fevereiro”, destaca a ata.
Tendo em vista a possibilidade de avanço nas tratativas, o desembargador instrutor designou audiência em continuidade para o dia 20 deste mês, às 14h, também por videoconferência. O magistrado também ressaltou que a conciliação é a melhor solução para o conflito.
O que diz o Sindipa?
Em um comunicado publicado na noite desta quarta-feira, o Sindipa afirma que a nova proposta ainda está longe de repor as perdas salariais dos trabalhadores.
“Na próxima semana o Sindipa fará assembleia para colocar a proposta em votação e, para avançar no devido aumento salarial, é rejeitar a proposta e começar a greve, pois, é assim que vamos garantir o conjunto das nossas reivindicações”, conclui a nota da entidade sindical.

FONTE: DIARIO DO AÇO
FOTO DA CAPA: MARCELO COSTA