Duas meninas, de 6 e 10 anos, foram esquecidas pelo pai em um posto de combustíveis na BR-259, em Baixo Guandu, no Noroeste do Espírito Santo, na noite de segunda-feira (20). O pai das crianças seguiu viagem sem perceber que as filhas, que tinham ido ao banheiro, não voltaram para o carro após ele ter abastecido o veículo.
Apenas quando o motorista chegou na cidade vizinha de Colatina, que fica a cerca de 40 quilômetros de distância, é que ele notou a ausência das crianças e voltou rapidamente para buscá-las. A Polícia Civil informou que apura o caso.
Os nomes dos envolvidos não serão divulgados para preservar a identidade das crianças, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca).
O desfecho com final feliz aconteceu devido a uma série de fatores. Um deles foi que a filha mais velha, ao perceber que o pai tinha ido embora, abordou a frentista do posto de combustível para perguntar se a funcionária tinha visto um homem e um carro – descrevendo a característica do pai e o do veículo -, mas sem informar que estava perdida.
Depois que a frentista confirmou que o homem descrito pela criança havia ido embora, a própria menina pediu emprestado o telefone da mulher e ligou para a Polícia Militar (190). Ao chegar no local, os militares encaminharam as duas para o Conselho Tutelar de Baixo Guandu.
Entenda a história
As crianças curtiram as férias escolares na casa do pai, que mora em Minas Gerais, e retornavam de carro para Bahia, onde elas moram com a mãe.
Na noite de segunda-feira (20), por volta de 20h30, o homem parou no posto de combustível e as meninas foram ao banheiro enquanto o carro era abastecido. Ao retornar, as crianças perceberam que o pai não estava mais no local. Já o pai, assim que abasteceu, entrou no carro e seguiu viagem. Ele achou, num primeiro momento, que elas tinham voltado e estavam dormindo no banco de trás.
Ao notarem que foram esquecidas, a caçula começou a chorar e foi acalmada pela irmã mais velha.
No entanto, além de acalmar a irmã caçula, a menina de 10 anos também foi atrás de informações com a frentista, pediu o celular da funcionária e acionou a Polícia Militar sobre o ocorrido.
No local, segundo a PM, as meninas relataram aos militares que, quando voltavam do banheiro, viram que o carro do pai estava saindo sentido à rodovia federal.
“Ela também disse que havia se passado cerca de uma hora e o pai não tinha retornado. O Conselho Tutelar foi acionado para tomar as providências cabíveis”, informou a corporação por nota.
Crianças eram muito bem instruídas
Para o g1, a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos de Baixo Guandu, Gleiciane Firme, disse que, quando as meninas chegaram no Conselho Tutelar, perceberam que elas eram muito bem orientadas sobre como agir diante de uma urgência e que estavam calmas quando tudo aconteceu.
“Elas são muito instruídas pela mãe, que relatou para o conselho ter preparado as crianças para vida e a como agir nessa situação. O primeiro socorro sempre é a polícia e precisamos ter isso em mente como elas tinham”, explica a secretária.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/A/3/JbLbZwQ1GAz93kX6TxuA/thumb-fotos-8-.jpg)
Conselho Tutelar de Baixo Guandu, Espírito Santo, onde as meninas foram abrigadas até a chegada do pai — Foto: Reprodução | Redes Sociais
Ao chegar no conselho, as crianças contaram a versão e, como sabiam o número da mãe de cabeça, ligaram para ela.
Em entrevista ao g1, a enfermeira e mãe das meninas disse que recebeu o telefonema na Bahia e, em meio ao desespero, tentou manter a calma e ajudou a localizar o pai por telefone.
“Eu tenho uma conversa muito aberta, sou uma mãe presente. Elas passaram as férias com o pai e, como de costume, sempre ligamos uma para outra de manhã e de noite. Quando recebi a ligação da polícia dizendo que estavam com as minhas filhas, fiquei desesperada, liguei para o pai das crianças, que é responsável, para tentar resolver na mesma hora”, explicou a mãe das meninas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/W/G/zR2X29QBKPNP6e78OY8g/mao-de-crianca-aleatorio.jpg)
Orientação que a mãe das meninas deu para elas foi fundamental para o momento de urgência. O caso aconteceu em Baixo Guandu no Espírito Santo — Foto: Reprodução | Redes Sociais