Contrato marca início de obras de duplicação, correções de traçado e instalação de pedágios na ‘Rodovia da Morte’.
Apartir da próxima quarta-feira (22), a gestão da BR-381, no trecho que conecta Belo Horizonte a Governador Valadares, será oficialmente transferida ao grupo 4UM Investimentos. Conhecida como a “Rodovia da Morte” devido ao elevado índice de acidentes fatais, a estrada será administrada pela iniciativa privada pelos próximos 30 anos, com promessas de transformações estruturais e maior segurança para os usuários.
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Concessão e critérios econômicos
O grupo 4UM venceu o leilão ao apresentar a proposta de menor tarifa básica de pedágio, priorizando um modelo de desconto competitivo. Este critério foi considerado essencial para a escolha da concessionária, uma vez que as tarifas precisam equilibrar acessibilidade e sustentabilidade financeira do projeto.
Obras e melhorias previstas
Entre as principais intervenções estruturais previstas estão:
-Duplicação de 106 quilômetros da rodovia;
-Construção de 83 quilômetros de faixas adicionais;
-Correção de 51 pontos de traçado para melhorar a segurança em áreas críticas;
-Instalação de 23 passarelas para pedestres e áreas de escape.
Além disso, o projeto inclui a criação de Pontos de Parada e Descanso (PPDs) para caminhoneiros, oferecendo maior suporte aos trabalhadores rodoviários, e a implementação de bases operacionais que prestarão atendimento médico de emergência e suporte mecânico aos usuários.
Avanços em segurança e gestão operacional
Serão instalados Centros de Controle de Operações (CCOs) para monitoramento e gestão da estrada, além de bases do Serviço Operacional (BSO). Essas estruturas têm como objetivo agilizar o atendimento de incidentes e elevar os padrões de segurança para os motoristas e pedestres.
Cronograma e desafios do projeto
A assinatura do contrato, inicialmente marcada para 28 de novembro de 2024, foi adiada por 45 dias devido a um pedido da concessionária para apresentar a documentação ao governo federal. O trecho entre o Anel Rodoviário de Belo Horizonte e Sabará, considerado o mais complexo para duplicação, ficou de fora da concessão. Essa parte continuará sob responsabilidade do governo federal, devido às dificuldades relacionadas às desapropriações e à execução de obras técnicas.
No primeiro ano da concessão, estão previstas intervenções prioritárias, como a recuperação de pontos críticos com alto risco de acidentes e a renovação da sinalização da rodovia, uma medida importante tanto para motoristas quanto para pedestres.
Pedágios e financiamento
O contrato prevê a instalação de cinco praças de pedágio, localizadas em Caeté, João Monlevade, Jaguaraçu, Belo Oriente e Governador Valadares. O valor das tarifas deve variar entre R$ 11 e R$ 13,75.
Histórico de impasses
A concessão da BR-381 enfrentou diversos entraves desde os primeiros planos lançados em 2018. Três tentativas de leiloar a rodovia fracassaram, evidenciando os desafios de se entregar um trecho tão problemático à iniciativa privada.
Com a oficialização do contrato nesta semana, o governo e o setor privado esperam dar início a um novo capítulo na história da BR-381, que poderá deixar para trás o apelido de “Rodovia da Morte” e se tornar um modelo de gestão e segurança.
Fonte: PLOX