Audiência intermediada pelo Ministério Público do Trabalho terminou sem entendimento entre representantes da siderúrgica e dos trabalhadores.
A Campanha Salarial 2024/2025 na Usiminas, que tem como data base o dia 1º de novembro do ano passado, parece estar longe de ter um fim. As duas partes continuam sem chegar a um consenso sobre uma nova contraproposta que atenda aos anseios de ambas as partes, e que possa ser levada em assembleia e ser apreciada pelos trabalhadores.
Nem mesmo o Ministério Público do Trabalho (MPT) conseguiu, por meio de uma reunião promovida na segunda-feira (13), em Coronel Fabriciano, um acordo entre entidade e empresa. A última proposta apresentada aos trabalhadores foi recusada por quase 80% dos votantes no início de dezembro.
A Usiminas afirma que sua última contraproposta nem sequer foi levada pelo sindicato, à apreciação pelos trabalhadores.
Correção salarial
O grande impasse gira em torno da correção salarial. A Usiminas ofereceu 5,17% sobre o salário de novembro, retroativo a este mesmo mês de 2024, mais um Vale Alimentação de R$ 600 e um adicional no mesmo valor. No entanto, o sindicato exige um ganho real de 7%, portanto, acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) calculado em 4,6%,.
“O que nós temos da pauta de reivindicação é o 7% de ganho real. Isso foi aprovado na pauta de reivindicação, mas nós estamos exigindo que a empresa aumente esse reajuste para trazer para a Assembleia novamente”, afirmou Geraldo Magela, presidente do Sindipa.

Além disso, Magela classificou que representantes da siderúrgica fizeram um “teatro” na segunda-feira. “Pediram um intervalo de 10 minutos para discutir com a diretoria e trazer uma nova proposta, e trouxeram o que tinha retirado na carga extra [do Vale Alimentação]. A carga extra que tinha sido rejeitada era de R$ 550, ela voltou para R$ 600”, explicou.
Já um comunicado entregue aos trabalhadores nas portarias da empresa acusa a entidade sindical de arbitrariedade. “O Sindipa se recusa a levar essa proposta aos trabalhadores, sem nenhuma justificativa. Onde está a democracia? Onde está o respeito aos trabalhadores? São eles, os metalúrgicos, que têm que decidir e não a diretoria do Sindipa arbitrariamente”, está escrito em um dos parágrafos.
À espera de agenda de uma nova reunião
Em entrevista ao jornal, Magela deixou claro que não há perspectiva para uma nova reunião. “O Ministério Público propôs já agendar uma outra mediação para essa próxima sexta-feira (17), mas a Usiminas não garantiu que faria uma nova proposta, por isso não foi agendado”, garantiu.

Estado de greve desde dia 3
Por causa do impasse na negociação, os metalúrgicos aprovaram em assembleia, dia 3/1, a implementação do estado de greve, conforme noticiado pelo Diário do Aço. Magela reiterou a possibilidade de mobilização dos trabalhadores para parar a produção industrial.
“A insatisfação é muito grande dos trabalhadores. Então, é possível sim. Eu acredito que a Usiminas vai fazer uma nova proposta para não chegar a esse ponto, porque isso não é bom pra ninguém, principalmente pra ela. Mas se não, nós vamos sim insistir até parar a produção na Usiminas”, respondeu.
O que diz a Usiminas
“A Usiminas informa que apresentou, na última segunda-feira (13), uma nova proposta ao Sindipa para fechamento do Acordo Coletivo 2024/2025, durante reunião de conciliação realizada no Ministério Público do Trabalho (MPT). Novamente, a proposta foi recusada em mesa pelos representantes do sindicato, sem promover a oportunidade dos empregados avaliarem em assembleia”, se posicionou a empresa, por meio de nota.
Fonte: Diário do Aço