(*) Por TJGuimarães
“O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O socialismo é o contrário”
O socialismo é um sistema político e econômico baseado na igualdade entre todos. Por isso, o socialismo propõe a distribuição igualitária de renda, extinção da propriedade privada, socialização dos meios de produção, economia planificada e, além disso, a tomada do poder por parte do proletariado. Ele visa uma sociedade sem classes onde bens e propriedades passam a ser de todos. O objetivo é acabar com as grandes diferenças econômicas entre os indivíduos, ou seja, a divisão e/ou separação entre pobres e ricos.
Esse sistema político-econômico surgiu no século XVIII como forma de repensar o sistema vigente, neste caso, o capitalismo. Para tanto, o primeiro estudioso a utilizar o termo socialismo foi Henri de Saint Simon (1760-1825), filósofo e economista francês. Ele propôs a criação de um novo regime político-econômico, no qual os homens repartissem os mesmos interesses e recebessem adequadamente pelo seu trabalho. Tudo isso, pautado no progresso industrial e científico.
Foram os pensadores; Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) que publicaram o “Manifesto Comunista” em 1848. O texto apresenta:
- Princípios do socialismo científico
- Pensamento comunista
- Conceito de luta de classes
- Crítica ao modo de produção capitalista
- Crítica aos três tipos de socialismo (utópico, reacionário, conservador)
- Materialismo dialético e histórico
- O conceito de mais-valia
- A revolução socialista
O filósofo e revolucionário socialista alemão, Karl Marx é o precursor dessas ideias políticas e econômicas que mudaram o mundo e, até hoje influenciam a sociedade. Por isso o socialismo científico, muitas vezes é conhecido pelo nome de Marxismo, por estar associado a Karl Marx. Nesse caso, Friedrich Engels acabou esquecido.
O socialismo utópico, desenvolvido no século XIX, é fundamentado na mudança da consciência dos indivíduos das classes dominantes. Isto acontece por meio de um modelo idealizador e, por isso leva o nome de “utópico”.
Um dos grandes estudiosos desta corrente foi o filósofo e economista francês Claude-Henri de Rouvroy, mais conhecido por Conde de Saint-Simon (1760-1825). Outros que junto com ele levaram a cabo os estudos sobre este modelo são: Charles Fourier (1772-1837), Pierre Leroux (1798-1871), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858).
Karl Marx criticava esse tipo de modelo. Para ele, o socialismo utópico apresentava os ideais de uma sociedade mais justa e igualitária, mas não explorava as ferramentas nem o método para que os objetivos fossem atingidos.
O socialismo científico ou socialismo marxista foi um sistema no qual o método estava pautado na análise crítica e científica do capitalismo. Diferentemente do Socialismo Utópico, essa corrente teórica não buscava uma sociedade ideal. Seus teóricos se baseavam numa análise histórica e filosófica da sociedade, daí o termo “científico”. Ele foi criado por Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) no século XIX.
Para os marxistas, o capitalismo era baseado em duas classes: explorados e os exploradores. Por isso, a proposta desta corrente esteve fundamentada na luta de classes, na revolução da classe proletária, no materialismo dialético, o materialismo histórico e na doutrina da mais-valia. O importante não era extinguir o capitalismo, mas sim compreender suas leis. Os marxistas acreditavam que dificilmente o capitalismo seria substituído por outro modelo político econômico.
Principais características do socialismo são:
Propriedade coletiva dos meios de produção – Em uma sociedade socialista, as fábricas, terras, empresas e outros meios de produção não são de propriedade privada (pertencente a um indivíduo), mas sim de todos os cidadãos. Isso pode acontecer de diferentes formas, como por meio de cooperativas, onde os trabalhadores têm participação na empresa, ou pelo controle estatal, onde o governo administra esses recursos em nome do povo.
Distribuição igualitária da riqueza – No socialismo, busca-se distribuir a riqueza de forma mais justa. Isso significa que a diferença entre os mais ricos e os mais pobres deve ser reduzida, com todos tendo acesso aos bens essenciais, como saúde, educação, moradia e alimentação.
Bem-estar social – O socialismo reforça o bem-estar de toda a população. Os serviços essenciais, como saúde, educação, transporte e moradia, devem ser acessíveis a todos, independentemente de sua condição econômica.
Eliminação da exploração – A ideologia socialista visa eliminar a exploração dos trabalhadores. Isso significa que, em vez de os donos de empresas lucrarem às custas dos trabalhadores (pagando-lhes salários baixos e ficando com a maior parte dos lucros), os lucros seriam distribuídos de forma mais equitativa entre todos os que contribuem para a produção.
Planejamento econômico centralizado – Em vez de deixar que o mercado decida o que é produzido e como os recursos são distribuídos, como acontece no capitalismo, o socialismo propõe um planejamento econômico centralizado. Neste caso, o governo, ou uma entidade designada pela sociedade, decide o que deve ser produzido com base nas necessidades da população.
Países socialistas – Atualmente, países como China, Cuba, Vietnã, Laos, Coreia do Norte e, ultimamente a Venezuela, se identificam como socialistas, com economias onde o governo tem controle significativo dos meios de produção e quiçá, manifestações sociais.
(*)) Historiador, Jornalista, Professor de História/Geografia/Filosofia/Sociologia