HOLODOMOR e OS GULAGS – A GRANDE FOME NA UCRÂNIA (UM REGIME COMUNISTA BRUTAL NA ANIQUILAÇÃO DE UMA NAÇÃO!)

HOLODOMOR e OS GULAGS – A GRANDE FOME NA UCRÂNIA (UM REGIME COMUNISTA BRUTAL NA ANIQUILAÇÃO DE UMA NAÇÃO!)

Data:

(!) Por TJGuimarães

 

Em tempos de invasão/guerra da Rússia com a Ucrânia, é de bom alvitre recordar estes dois eventos envolvendo estas duas nações, onde o Império Soviético (hoje Rússia) insiste em repetir e determinar e, porque não, aniquilar o direito à autodeterminação dos povos. A História se repetirá?

A palavra Holodomor é de origem ucraniana composta por dois termos: “holod”, que significa fome, e “mor”, que significa praga ou morte. Juntas, em tradução livre, significam “assassinato por fome” e se referem ao brutal período de penúria alimentar imposto pelo regime soviético na Ucrânia entre 1932 e 1933.

Foi em 1928 que o líder soviético, Josef Stálin, após a morte de Vladimir Lênin em 1924, iniciou um pretenso processo de modernização nacional com o Primeiro Plano Quinquenal, cujo objetivo principal era impor a coletivização da agricultura com o intuito de aumentar a produção para vender os excedentes para o mercado interessado. Com isso, planejava-se custear a sua industrialização tão ambicionada pelo regime em detrimento da aniquilação de um povo.

Tal projeto, porém, acabou por gerar uma grave crise na URSS, uma vez que os fazendeiros mais abastados – pejorativamente conhecidos como kulaks – tiveram que renunciar forçosamente às suas terras e ir embora dos campos. Caso se recusassem, eram tratados como inimigos da revolução. No caso de resistência, as famílias eram arrancadas de suas casas e enviadas para os Campos de Concentração de Prisioneiros chamados Gulag, sem qualquer comida ou proteção, onde eram abandonadas à própria sorte e espera da morte. Tratava-se de campos de prisioneiros onde os detentos eram punidos com trabalhos forçados, torturas físicas e psicológicas.

Também eram deportados para o mesmo local, intelectuais, opositores do regime e religiosos, de forma a quebrar qualquer organização mais veemente contra o sistema político e econômico implantados pelo novo governo soviético de então.

Estipula-se que o número de mortos nesses três anos tenha sido em torno de cinco milhões. Porém, se se levar em conta os efeitos prolongados dessa política econômica perversa e os ucranianos que foram levados ao trabalho forçado e lá (Gulags) morreram, esse número pode ser superior a 14 milhões.

Os Gulags – calcula-se que existiram entre 450 a 470 campos de concentração. Enquanto certos locais abrigavam de 200 a 500 pessoas, outros detinham dezenas de milhares. Esses campos poderiam estar localizados tanto nos subúrbios de Moscou como em regiões mais inóspitas da Sibéria.

Havia campos especializados no trabalho industrial, aqueles situados em florestas e até campos onde intelectuais faziam projetos para obras. Também havia campos cuja mão de obra foi empregada para erguer grandes construções como o canal do Mar Báltico e o canal de Moscou.

Estes campos de trabalhos forçados estavam inseridos no sistema econômico proposto por Stálin para dinamizar a União Soviética. Ele acreditava que o trabalho era necessário para construir o novo homem e a nova sociedade socialista. Neste sentido, o trabalho, além de redimir o criminoso, estaria ajudando a atingir o objetivo final do socialismo soviético, que era de uma nação industrializada.

Cada preso deveria cumprir uma cota diária de trabalho em jornadas de 12 horas, para receber sua porção completa de comida. Caso contrário, recebia apenas a metade. Com isso, o detento se enfraquecia e, inevitavelmente, morria. Obviamente, os Gulags não ofereciam nenhum tipo de conforto e as torturas físicas e psicológicas eram constantes, sistemáticas e brutais.

A de se pontuar que no inverno, em regiões como a Sibéria, a situação piorava ainda mais quando os prisioneiros deviam aguentar temperaturas em torno de -30º. Ademais, os prisioneiros eram vigiados por soldados armados e cachorros ferozes.

Não há estatísticas precisas sobre o número de prisioneiros dos Gulags, mas calcula-se que 18 milhões de pessoas teriam passado por estes campos. O número de mortos é mais delicado, pois muitos eram liberados dois ou três dias antes de falecer. Assim, acredita-se que de 3 a 4 milhões de pessoas possam ter sido mortas de inanição, torturas e execuções.

(!) Historiador, Jornalista, Professor de História/Geografia/Filosofia/Sociologia

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhar:

Popular

Mais postagens como esta
Related

CONHEÇA A FROTA MODERNIZADA DO TREM DE PASSAGEIROS DA ESTRADA DE FERRO VITÓRIA A MINAS

Viajar de trem por uma das paisagens mais deslumbrantes...

BR-381 É A RODOVIA COM MAIS MOTORISTAS BÊBADOS AUTUADOS PELA PRF EM MG

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou aumento de 20,9%...

REPACTUAÇÃO DE MARIANA: DECRETO QUE CRIA O FUNDO RIO DOCE SERÁ PUBLICADO NESTA QUINTA (21); VEJA TEXTO

Criação do fundo foi elaborada pela negociação do acordo;...

JUSTIÇA OBRIGA MUNICÍPIO DE MG A PRESERVAR CASARÃO EM RISCO DE DESABAMENTO

A Justiça determinou que o município de Itabira, na região...