FESTA DO DIVINO – UMA NOVA ERA DE IGUALDADE, PROSPERIDADE E ABUNDÂNCIA

FESTA DO DIVINO – UMA NOVA ERA DE IGUALDADE, PROSPERIDADE E ABUNDÂNCIA

Data:

(*) Por TJGuimarães

Sua história e origem

 

A Festa do Divino Espírito Santo” é uma Festa cristã. A sua origem é tão antiga quanto o próprio cristianismo! A Festa comemora a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo e é realizada em diversas cidades do País. Fiéis recorrem ao Espírito Santo com pedidos e promessas, em busca dos mesmos milagres solicitados aos Santos da igreja católica. Mas essa tradicional Festa do folclore brasileiro é uma mistura de manifestações religiosas e profanas, isto é, sem um caráter puramente sagrado, é aquele sincretismo que todos nós já conhecemos de longa data.

O seu nome litúrgico é “Festa de Pentecostes“. A palavra “pentecostes” é de origem grega e significa:50 (cinquenta) dias. Nos primórdios do cristianismo, a comunidade judaica celebrava uma festa típica, em agradecimento pelas colheitas, 50 dias após a Páscoa, da qual participavam judeus de todas as partes do mundo.

Como se depreende, a data é móvel e acontece no dia de Pentecostes, ou seja, 50 dias após o Domingo de Páscoa. Uma particularidade importante desta Festa do Divino; é a única no mundo que comemora o Futuro e não o Passado. Nesse ano de 2024 as festas serão realizadas nos dias 19, 20 e 21 de maio.

O Divino Espírito Santo aqui evocado não é Santo nem Padroeiro, mas uma divindade para agradecer e festejar. É uma força representada pela pomba branca, pelas bandeiras coloridas e pelo mastro, que anunciam um novo tempo por meio da propagação de sete dons: fortaleza, sabedoria, ciência, conselho, entendimento, piedade e temor a Deus. Esta Festa é baseada principalmente nas relações de parentesco e vizinhança, que se organizam em mutirões para arrecadar fundos para a própria comunidade.

 

Desenvolvimento da festa

A Festa é precedida por uma novena – reza que se repete por nove dias – feita pelos fiéis. Ela, a novena, termina com a Folia do Divino, quando pequenos grupos paramentados vão às casas das pessoas pedindo donativos para a sua realização.

NaFesta do Divino” Cada localidade, cada cidade, cada região que a realiza acrescenta elementos da cultura local na sua manifestação e, obviamente faz com que ela venha sofrer variações pontuais. Um dos momentos mais esperados pelo povo que assiste a ela é o que representa a coroação do imperador. O principal símbolo da festividade é apomba branca, que representa o Divino Espírito Santo.Alguns elementos marcantes e principais dos festejos são:

  • Imperador ou Festeiro– pessoa escolhida para organizar, estruturar e divulgar a festa;
  • As alvoradas e passeatas– cortejos pela cidade e visitas às casas; fogos de artifício pela manhã;
  • Folia do Divino– grupo de devotos que, em cantoria, passam nas casas dos habitantes recolhendo oferendas e todo tipo de ajuda para a realização da Festa;
  • A entrada dos palmitos– enorme cortejo que representa a chegada dos habitantes da zona rural ao centro da cidade para participar do evento;
  • Quermesse– barracas com comidas e bebidas típicas e apresentações de grupos folclóricos e musicais;
  • Levantamento de mastro– cerimônia em que um grupo de homens levanta um tronco de árvore, simbolizando a força masculina;
  • Grupos de marujada, Congada e Moçambique – danças e cantorias folclóricas vindas da cultura afro-brasileira;
  • Cavalhada– encenação de batalhas medievais entre mouros e cristãos;
  • Mascarados– personagens típicos das cavalhadas, saem pelas ruas a pé ou a cavalo. Conta-se que, antigamente, os mascarados eram escravos que participavam da festa e saíam com máscaras para não serem reconhecidos.

 

Particularidades

Em Pirenópolis, Goiás, ela é uma mescla de várias manifestações folclóricas. Além das cavalhadas, representando as batalhas entre mouros e cristãos, há a alvorada, os mascarados e representação teatral. Na parte sacra da festa, há novenas, Missas e procissões.

Em Diamantina, Minas Gerais, os festejos incluem cortejo com participantes em trajes de época do império, alvorada, missa e espetáculo de fogos de artifício. Em vários municípios da Bahia, as comemorações se estendem por dez dias, em fins de maio, com desfecho no domingo de Pentecostes.

Em Alcântara, no Maranhão, a tradição do Divino é revivida com a presença de cerca de 100 mil pessoas. Além da corte imperial, os participantes representam personagens do Brasil colonial. Pela tradição, o imperador prende alguém antes da festa, acusando-o de provocar desordem. Durante os festejos, ocorrem o levantamento de mastro, missas e cortejo.

Em São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul, a Festa veio com os colonizadores luso-açorianos. Como em outras cidades, há novenas, baile, procissão, apresentações artísticas e a missa matinal com benção dos alimentos.

Origem – A celebração do Divino Espírito Santo remonta à antiguidade, quando os israelitas já cultuavam a divindade durante a Pentecostes. Está ligada à época do fim das colheitas e à distribuição de alimentos. O festejo se estendeu até à Europa, durante a Idade Média, até que na Alemanha encontrou boa recepção, transformando-se em festa. O seu objetivo principal era arrecadação de fundos para amparar os necessitados de então.

A celebração alcançou Portugal no século 14, com uma celebração estabelecida pela rainha Isabel (1271-1336) por ocasião da construção da igreja do Espírito Santo, na cidade de Alenquer. A devoção se difundiu rapidamente, tornando-se uma das mais intensas, marcantes e populares em Portugal. Por isso, chegou ao Brasil com os primeiros povoadores. Há documentos que atestam a realização da festa do Divino em diversas localidades brasileiras desde os séculos 17 e 18.

 

A FestadoDivino Espírito Santo” pode ser encontrada em praticamente todas as regiões do país, do Rio Grande do Sul ao Amapá, apresentando características distintas em cada região, como foi dito, mas mantendo em comum elementos principais da celebração tais como: a pomba branca, a santa Coroa, a coroação de imperadores e a distribuição de esmolas e comida.

As Festas mais importantes do país acontecem em Pirenópolis (GO); Alcântara (MA); Mogi das Cruzes (SP); São Luiz do Paraitinga (SP); Tiete (SP); Diamantina (MG), São Lourenço do Sul (RS); Paraty (RJ).

 

(*) Historiador, Jornalista, Professor de História/Geografia/Sociologia

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