TOCANDO UM DOBRADO – EM RITMO DE UM COMPASSO

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TOCANDO UM DOBRADO – EM RITMO DE UM COMPASSO

(BANDAS / CORPORAÇÕES MUSICAIS – FORMAÇÃO NO BRASIL)

No Brasil, as Bandas fazem parte de nossa sociedade desde a época do Brasil colônia, bem como, parte da memória nacional desde quando eram Bandas de pequenas localidades, quando já ocupavam um papel de destaque na sociedade e estavam sempre presentes nas atividades cívicas, religiosas e profanas.

As primeiras Bandas foram em princípio, organizadas por irmandades religiosas, por senhores de engenho, por tropas militares e por pessoas da sociedade interessadas em manter as tradições. Dessa forma e a partir daí, foram criadas as filarmônicas, sociedades civis, geralmente situadas em cidades do interior que mantinham uma escola de música, juntamente com uma Banda de Música.

Em seu Dicionário Musical Brasileiro, Mário de Andrade demonstra que na época do Brasil colônia existiam Bandas particulares, mantidas pelos senhores de engenho que eram compostas de negros escravos. Ele cita o Barão do Bananal, que tinha uma corporação musical – Bandas – com 24 instrumentistas.

As Bandas militares fazem parte da memória nacional por decreto, quando em 1810, D. João VI decretou que cada regimento deveria ter uma Banda de Música.

No fim do século XIX aqui no Brasil, a maior parte das Bandas existentes eram as Bandas de corporações militares. Segundo José Ramos Tinhorão, “[…] a instituição de onde mais saíram músicos para os choros cariocas, quando a partir de 1890 cresceu a participação de instrumentos de sopro, foram as Bandas militares”, perdendo apenas para os correios que possuíam uma grande quantidade de músicos em suas repartições. A influência dessas bandas se estenderia até o advento do disco, quando ainda gozavam da preferência do público no lançamento inclusive dos primeiros sambas.

Hoje no Brasil é possível observarmos além das tradicionais Bandas militares e as já centenárias filarmônicas, uma infinidade de Bandas de música ligadas a instituições diversas como escolas e empresas da rede pública e privada, organizações não governamentais (ONGS), cooperativas e projetos de Banda desenvolvidos com o intuito de atuarem em ações de amplitudes sociais. Os componentes dessas corporações musicais, muitas vezes têm interesse em fazer da música uma profissão, fazendo com que a Banda de Música neste último caso também seja responsável pela formação de músicos que mais tarde poderão atuar em Bandas militares, Bandas civis, orquestras e conjuntos instrumentais de um modo geral.

Também é importante observar, que em muitos desses casos, a única opção de escola de música naquela comunidade é a Banda. Esta é utilizada muitas vezes, no caso das escolas, como instrumento de integração entre a comunidade estudantil, ou mesmo como uma espécie de vitrine para a instituição, ou ainda, nos casos de projetos de cunho social, como instrumento de resgate de valores como cidadania, civismo e oportunidades de crescimento pessoal. Hoje, a composição dessas Bandas é constituída principalmente por alunos de música.

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(*) Historiador, Jornalista, Professor de História/Geografia/Sociologia

1 COMENTÁRIO

  1. sou Luthier em intrumentos de sopro geral a 38 anos,, sou saxofonista e clarinetista, aprendi musica na banda de sabará MG, foi importante pra minha vida, acho que poucas cidades tem uma banda de musica, deveria ser mais divulgada, do que outros gêneros culturais, deveria ter mais apoio e incentivo.

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